O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) manteve, por unanimidade, a Operação Vigília, que investiga a suposta compra de votos na campanha da prefeita Vanda Camilo (PP) em Sidrolândia, nas eleições de 2024. Alvos da operação buscavam anular a ordem de busca e apreensão e suspender a investigação, um dos investigados acabou desistindo do recurso e o outro teve o pedido negado.
A operação, coordenada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), foi realizada em 4 de outubro de 2024, dois dias antes das eleições. Durante a ação, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em residências e em veículos. O Ministério Público Estadual apura que eleitores estavam sendo cooptados com valores de R$ 200,00 para votar em Vanda Camilo, além de relatos de coação e intimidação de eleitores vulneráveis, associadas ao uso de programas sociais e recursos públicos.
Nas buscas, foram apreendidos celulares, veículos dos investigados e cerca de R$ 75 mil em espécie, além de listas com nomes de eleitores e anotações de valores.
O TRE-MS argumentou que, embora os direitos à inviolabilidade do domicílio e à privacidade sejam garantidos pela Constituição, esses direitos não são absolutos em casos que envolvem a legitimidade do processo eleitoral. A decisão destacou que havia indícios suficientes de crimes eleitorais, como corrupção eleitoral, coação de eleitores e uso indevido da estrutura pública.
Com a negativa de trancar a investigação, o caso segue em instrução para julgamento dos envolvidos. A decisão foi unânime, e o relator foi o juiz Fernando Nardon Nielsen.