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Sidrolândia 71 anos: “Não tinha Rua e nem energia”, lembra Marlene que viu a cidade crescer

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Dona Marlene aos 63 anos de idade comemora mais um aniversário de Sidrolândia. (Imagens: Suellen Duarte e Arquivo Pessoal)

Aos 63 anos de idade, dona Marlene Brito viu Sidrolândia crescer e acompanhou muitas histórias e acontecimentos. Ela chegou na terra do Sidrônio quando tinha 17 anos de idade, aqui ela constituiu família e criou seus filhos Izabel Aparecida de Brito, Geovani Brito Vicente e Adilson Brito que foi vereador e atualmente é Advogado.

Sidrolândia ainda tem muitos moradores semelhantes a Marlene, que estão na cidade há mais de 40 anos e viram aquele povoado se tornar um município com grande potencial econômico abrigando pessoas de vários lugares e até de outros países.

“Eu vim com a minha família do Paraguai, quando chegamos aqui não tinha rua e nem energia elétrica, era gerador e ele era desligado às 22 horas. As ruas eram trieiros, aqui onde eu moro [bairro Jandaia] é a antiga vila Sapé, era poucas casas, pouca gente que morava aqui, era muito matagal”. Marlene tem três filhos e todos nasceram na casa onde reside, sua mãe era a parteira.

Segundo ela, a situação era muito precária e tudo piorava quando chovia. “Quando chovia a gente não saia, se quisesse sair tinha que amarrar a sacolinha no pé”, falou sorrindo.

Hoje, os jovens e os novos moradores apenas veem os trilhos de trem, mas os moradores ‘raízes’ conheceram e mais: viajaram na Maria Fumaça. Marlene mesmo revelou que amava viajar de trem. “Eu viajava muito, eu ia bastante para o Paraguai buscar mercadoria para revender”, recordou. 

De acordo com ela, passagem era muito barata, toda semana ela pegava o trem e partia rumo ao país vizinho. “Eu ia mesmo, era baratinho, só que demorava mais, era um dia inteiro, mas eu gostava”, destacou.

Com o tempo, a migração de pessoas fez com que a cidade crescesse e teve até cinema. “O cinema era em frente onde hoje é o espetinho do Bael, depois aconteceu uma tragédia e parou de funcionar. O lazer que tinha era jogar bola, chegava o fim de semana os campinhos eram cheios de gente, era bastante divertido, até as mulheres jogavam bola, todo mundo se dava bem”.

Hoje, dona Marlene colhe os frutos das coisas boas que plantou ao longo dos anos ao lado de sua família, já são sete netos e um bisneto. Uma família muito abençoada, retrato de uma cidade feita por pessoas boas, que valorizam o trabalho, a honestidade e a simplicidade.

De fato, não tem coisa melhor, Sidrolândia é uma cidade privilegiada, de um povo batalhador. Parabéns Sidrolândia pelos seus 71 anos, que possamos viver muito e aproveitar longos dias por aqui ao lado das pessoas que amamos.

(Colaborou a Jornalista e Publicitária Suellen Duarte)