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Colaboração premiada de empresário “peça chave” é homologada e deve trazer novas revelações

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Milton Matheus Paiva Matos, de 25 anos, terá um acordo de colaboração premiada. (Foto: Marcos Maluf - Campo Grande News)

O empresário e advogado Milton Matheus Paiva Matos, de 25 anos, teve o acordo de colaboração premiada homologado pela Justiça. Integrante da suposta organização criminosa que desviava recursos da prefeitura de Sidrolândia, ele foi apontado como um dos responsáveis por sacar o dinheiro da propina destinada ao vereador Claudinho Serra (PSDB), ex-secretário municipal de Fazenda e genro da prefeita Vanda Camilo (PP).

Com o aval da Justiça, o empresário é o segundo a fazer delação premiada na Operação Tromper e implodir de vez o esquema milionário de desvio de dinheiro na prefeitura. O primeiro foi o ex-servidor municipal Tiago Basso da Silva, que cumpriu os termos do acordo e já devolveu R$ 80 mil reais, que haviam sido recebidos como propina anteriormente.

A delação premiada do dono da empresa 3M foi informada na sexta-feira (18) pela promotora de Justiça de Sidrolândia, Bianka Machado Arruda Mendes, em ofício encaminhado ao juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal.

No comunicado ao magistrado, a promotora pede que ele marque nova audiência de instrução para ouvir o delator. Além dele, o Ministério Público Estadual pede para que os outros réus da 1ª fase da Operação Tromper sejam ouvidos novamente.

Peça chave

Milton Matos foi denunciado por corrupção, fraude em licitações e organização criminosa em duas ações penais. A empresa 3M funcionava no mesmo espaço da Rocamora Serviços, de Ricardo José Rocamora Alves. Os dois empresários, junto com Ueverton da Silva Macedo, o Frescura, fraudavam as licitações e viabilizam o esquema de corrupção comandado por Claudinho.

Em uma das mensagens interceptadas pelo MPE, Matos é orientado a sacar o dinheiro para repassar ao tucano. Em seguida, eles discutem como viabilizar uma licitação para desviar o dinheiro da prefeitura.

Em outro trecho, ele é orientado a sacar do dinheiro para entregar ao assessor de Claudinho Serra. Os termos da delação ainda não foram revelados, mas podem implicar ainda mais Claudinho Serra, que está afastado da Câmara Municipal da Capital desde o início de abril deste ano, quando foi preso na Operação Tromper.