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Foragido há meses, Ricardo Rocamora acaba preso pelo Gaeco na divisa com Minas Gerais

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Mesmo foragido, Rocamora continuou operando esquemas, diz MP. (Imagens: Reprodução rede social)

O empresário Ricardo José Rocamora Alves, um dos mentores do suposto esquema de corrupção com desvio milionário na Prefeitura de Sidrolândia, foi preso na manhã desta quinta-feira (4).

Rocamora foi preso em Paranaíba, na divisa com Minas Gerais, a quase 500 quilômetros de Sidrolândia. Ele teve novo mandado de prisão expedido pelo juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, que seria cumprido ontem, quando foi deflagrada a 3ª fase da Operação Tromper.

Ele era procurado desde maio do ano passado, quando foi deflagrada a primeira fase da operação, mas não foi localizado e era considerado foragido da Justiça. Segundo a investigação, Rocamora dava apoio a Ueverton da Silva Macedo, o "Frescura", os dois apontados como líderes do núcleo 2 da organização criminosa. O núcleo 1 era composto pelo ex-secretário de finanças da prefeitura de Sidrolândia e atualmente vereador na Capital Claudinho Serra, apontado com principal "mentor" das fraudes com ajuda de servidores públicos.

O Gecoc identificou que através de "laranja" - mãe da servidora Roberta de Souza, também investigada - a servidora efetiva do município, Ana Cláudia Alves Flores, e Ricardo Rocamora se tornaram sócios na empresa Do Carmo Comércio Varejista e Serviços de Manutenção. Através dela, Rocamora venceu licitação para serviço de manutenção de ar-condicionado, no valor de R$ 539.893,16, conforme publicação do Diário Oficial de Sidrolândia, em 17 de janeiro deste ano.

A mesma empresa ganhou ainda o Pregão Eletrônico 112/2023, tendo como objeto "futura e eventual aquisição de material de construção e ferragens", no valor de R$ 713.626,15, publicado no Diário Oficial em 18 de dezembro de 2023. “Tal empresa, conforme investigação do Ministério Público, não tem condições financeiras e técnicas para o fim a que se propõe”.

“mesmo foragido, Ricardo Rocamora continuou a ter a sua sócia, Ana Cláudia Alves Flores, no setor de licitações da Prefeitura de Sidrolândia, que trabalharia para ele, para Ueverton Macedo/"Frescura e para Milton Paiva”, revela a investigação, que cita ainda que ela, junto com o também servidor Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa, “na chefia do setor licitatório (...), levaram adiante os planos do grupo, com diversas licitações e contratos favoráveis à organização nos últimos anos e, inclusive, no presente ano.”

Para o Ministério Público se trata de "duradouro esquema de corrupção incrustado na atividade administrativa do município de Sidrolândia, formado por uma organização criminosa constituída de agentes públicos e privados, destinada à obtenção de vantagens ilícitas decorrentes, principalmente, dos crimes de fraude ao caráter competitivo de inúmeros processos licitatórios e desvio de dinheiro público diante da não prestação ou não entrega do produto contratado".

A investigação apontou que a quadrilha criava empresas ou utilizava de pessoas jurídicas já existentes para participação conjunta nos mesmos processos licitatórios "(...) sem, contudo, apresentarem qualquer tipo de experiência, estrutura e capacidade técnica para a execução dos serviços ou fornecimento dos bens contratados com o ente municipal".

Foram presos na 3ª fase da operação: Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho - Claudinho Serra (mentor dos esquemas); Carmo Name Júnior (assessor direto de Cláudio Serra Filho); Ueverton da Silva Macedo, o Frescura (um dos líderes, alvos da 1ª fase da operação); Ricardo José Rocamora Alves (foragido desde a 1ª fase da Tromper - dava apoio a Frescura e também tinha empresas que venciam licitações); Milton Matheus Paiva Matos (advogado e compactuava com esquema); Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa (diretor/chefe dos setores de licitação e compras); Ana Cláudia Alves Flores (chefe de setor e pregoeira); e Thiago Rodrigues Alves (assessor de Claudinho Serra).