Projeto que teve início em 2013, com a promessa de investimento de US$ 1,2 bilhão (R$ 4,4 bilhões), a esmagadora de milho do grupo chinês BBCA, em Maracaju – cidade distante 162 km de Campo Grande –, finalmente começará a operar neste ano.
A partir de dezembro, a planta, que produzirá amido de milho, entrará em operação. Está primeira unidade consumiu US$ 100 milhões de dólares em investimentos.
Visando ao início dos trabalhos, o grupo já começou a compra do cereal produzido nesta safrinha na região. “São dois silos, de 60 mil toneladas cada um, que vamos encher, para a nossa produção”, afirmou Leo Yan, engenheiro sênior da BBCA, durante encontro entre empresários chineses e brasileiros em Campo Grande, no início deste mês.
Ao contrário do que foi especulado quando a BBCA anunciou sua vinda ao Estado, os produtos da esmagadora de milho serão comercializados em território brasileiro. “Na China, a BBCA tem grandes plantas e lidera o mercado. Nosso investimento é uma aposta no Brasil”, revelou Yan.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, confirma a intenção dos chineses de ativar a unidade no fim deste ano. “Foi muito bom o encontro do início deste mês, porque conseguimos ajustar o início das operações, que vinham sendo adiadas constantemente”, destacou.
“Plástico” de milho
Mas não é somente amido de milho que será produzido na BBCA. Esta é considerada a mais simples das operações da indústria que está em fase de construção.
O restante dos investimentos – superiores a US$ 1 bilhão – serão aplicados na fabricação de produtos químicos voltados à indústria alimentícia e de embalagens.
A BBCA em Maracaju será a primeira unidade do Brasil a produzir o plástico PLA (ácido polilático) em escala industrial. A resina é praticamente idêntica ao plástico produzido a partir de combustíveis fósseis, com a diferença de que é biodegradável. Os executivos da BBCA informaram que o plástico PLA feito em Maracaju será exclusivamente para abastecer o mercado brasileiro e latino-americano. “Esta etapa do projeto entra em operação em 2020, estamos otimistas”, afirmou Leo Yan.
Outros produtos
A planta ainda atuará na cogeração de energia. O projeto – que no auge deve processar 1,2 milhão de toneladas de milho – também terá a capacidade de produção anual de 150 mil toneladas de ácido cítrico, 60 mil toneladas de xarope de maltose, 300 mil toneladas de amido de milho, 60 mil toneladas de dextrose cristalina, 150 mil toneladas de lisina e outros subprodutos relacionados.
A capacidade levará a chinesa ao topo da produção mundial de ácido cítrico, além de consolidar o grupo como um dos maiores produtores de vitaminas A, B, C e E.