Entre setembro e outubro deste ano, o preço da carne bovina ficou em média 2,71% mais barato no varejo de Campo Grande. Por outro lado, o frango está 8,23% mais caro –sendo que em alguns casos os cortes viram os preços dispararem mais de 25%. Os dados constam em estudo realizado pelo Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Uniderp, segundo o qual o preço da carne bovina ainda não é influenciado pela aproximação das festas de final de ano, que costumam influenciar o preço ao consumidor final.
“O alto preço do produto, o volume grande de desempregados e o endividamento da população de um modo geral tem inibido o consumo desse produto (carne vermelha)”, afirma o professor Celso Correia de Souza, coordenador do Nepes. Divulgada na quarta-feira (14), a Pnad Contínua apurou que, no terceiro trimestre deste ano, o desemprego no Brasil chegou a 11,9% e a 7,2% em Mato Grosso do Sul (terceiro menor índice do país).
Campos adverte que, embora o país registre neste momento uma boa oferta de carne vermelha, a Rússia levantou no fim de outubro o embargo à carne brasileira, decretado em 2017 depois que foi identificada a presença de ractopamina –permitida no Brasil, mas proibida naquele país– em amostras. Souza afirma que a reabertura das exportações para os russos devem atingir, em médio e longo prazos, os preços no país.
Até lá, os preços seguem em baixa. Entre 18 itens pesquisados na carne bovina, 11 tiveram retração no custo final. Entre eles, estão cortes muito procurados: o patinho, por exemplo, caiu de R$ 24,22 para R$ 20,93 o quilo entre setembro e outubro, uma baixa de 13,6%.
Também ficaram mais baratos o coxão mole (de R$ 24,97 para R$ 22,92, queda de 8,21%), o contra filé (R$ 27,35 para R$ 25,28, menos 7,57%), o músculo (R$ 16,42 para R$ 15,93) e a alcatra (R$ 24,68 para R$ 24,61, queda de 0,28%).
O preço do cupim ficou estável, em R$ 18,94 entre os dois meses, ao passao que o filé mignon teve aumento inferior a 1% –de R$ 33,92 para R$ 34,25. A maior alta proporcional foi do bucho (de R$ 14,29 para R$ 15,96, ou 6,81% mais caro), seguido da costela ripa (R$ 10,61 para R$ 11,24, 5,87%) e da paleta (R$ 15,59 para R$ 16,43, ou 5,35% mais caro).
Frango – Dois oito subprodutos pesquisados referentes à carne de frango, apenas o quilo do coração, da marca Seara, teve retração. E ainda assim de forma sensível: de R$ 21,94 para R$ 21,90, uma queda de 0,18%. O da marca Seara, congelado, foi de R$ 23,43 para R$ 24,50, e o da Copacol nas mesmas condições de R$ 22,40 para R$ 23,23 (altas, respectivamente, de 4,55% e 3,72%).
Em geral, o frango ficou 8,23% mais caro. O destaque foi para o preço do quilo da coxa e sobrecoxa da marca Copacol, que de R$ 8,99 foi encontrado a R$ 11,29, uma alta de 25,63%. O frango inteiro da marca Sadia teve o preço do quilo elevado de R$ 5,34 para R$ 5,99, alta de 12,17%.
O quilo da asa da Copacol subiu de R$ 10,89 para R$ 11,90 (6,54%), e a coxinha da asa da mesma marca passou de R$ 11,49 para R$ 12,49 (alta de 4,16%$).
Porco e peixe – O Nepes também realizou levantamentos referentes às carnes suína e de peixe. Em relação á primeira, houve um aumento médio de R$ 3,13% de setembro a outubro, mas com oscilações consideráveis.
Enquanto a bisteca e o perfil variaram entre 8% e 9% (encontrados no mês passado a R$ 11,56 e R$ 9,49, respectivamente), a costeleta fresca caiu de R$ 15,80 para R$ 14,62 (queda de 7,48%).
Já em relação ao peixe foi identificada alta média de 0,45%. O mesmo peixe teve as principais variações: o pintado inteiro subiu de R$ 15,95 para R$ 18,90 o quilo (alta de 18,53%); mas a mesma quantidade em postas caiu de R$ 32,90 para R$ 29,40 (menos 10,64%).
O preço da tilápia inteira recuou 6,28% (de R$ 11,30 para R$ 10,59), e o pacu inteiro sem vísceras saiu de R$ 13,20 o quilo em setembro para R$ 12,90 em outubro, baixa de 2,24%. O preço no mês passado é o mesmo do peixe inteiro (2,16% mais caro que em setembro, quando era vendido a R$ 12,63).
Por fim, o filé de merluza subiu de R4 31,90 o quilo para R$ 32,40 (alta de 1,57%).
Campo Grande News