Principal articulador político do governo de Michel Temer (MDB) e uma das maiores vozes na defesa do presidente da República, o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Marun (MDB), criticou publicamente o ex-PGR (Procurador Geral da República), Rodrigo Janot, o acusando de querer tirar o emedebista de uma eventual candidatura eleitoral.
Marun utilizou as redes sociais para publicar uma foto antiga, na qual Janot conversa, ao lado de caixas de cerveja, com Pierpaolo Bottini, um dos advogados dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS. Encontro que aconteceu em um bar em Brasília, em setembro do ano passado.
Janot também utilizou as redes sociais para se manifestar após as prisões de amigos do presidente Temer durante a Operação Skala. Na quinta-feira passada, 29 de março, o ex-PGR compartilhou a notícia da prisão do advogado José Yunes, amigo e ex-assessor especial de Temer, com a seguinte expressão: “Começou? Acho que sim”.
Hoje, domingo (1), ele voltou a se pronunciar em sua conta no Twitter, e questionou a decisão da atual PGR, Raquel Dodge, que solicitou a prisão temporário dos alvos da investigação da Polícia Federal. Ao comentar a soltura, Janot escreveu: “Não teria sido o caso então de pedir condução coercitiva ao invés de prisão?”,e emendou: “Voltou a ser assim? E vai continuar sendo assim?”.
Foi o bastante para que Marun também lançasse mão de seu perfil das redes sociais e criticasse a atuação ‘política’ do ex-PGR. Para o ministro, a intenção é tirar Temer de uma eventual disputa pela Presidência da República.
Confira na íntegra o post de Marun:
“Janot, que teve a proteção de Raquel Dodge para conseguir fugir do depoimento à CPI da JBS, agora tenta condicioná-la com críticas irônicas à sua atuação. Deveria explicar por que mandou gravar ilegalmente o presidente, por que mentiu sobre a data do início das tratativas da delação dos Batista, por que lhes concedeu este inédito e milionário perdão eterno e por que protegeu a exaustão Marcelo Müller. E, principalmente, o que fazia escondido atrás de caixas de cerveja, disfarçado atrás de óculos escuros, confabulando com a defesa de Joesley Batista. Janot quer continuar seu trabalho de fazer da PGR um partido político, um instrumento para tirar o presidente da República das eleições. Isto é inadmissível no Estado de Direito.”
Midiamax