Alvo da Operação Vostok e em liberdade desde domingo (16), o deputado estadual José Roberto Teixeira (PDT) esteve na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (18) e deu entrevista coletiva para se defender da acusação de que possa fazer parte de esquema de pagamento de propinas pela JBS a políticos. Zé Teixeira disse que é produtor rural há 52 anos e que a vida dele “é um livro aberto”.
“Eu compro e vendo bois, por volta de 28 mil por mês. Minha vida é um livro aberto, se eu tiver culpa a Justiça vai me julgar. Agora, eu acho lamentável mandarem 200 policiais federais de Brasília para prenderem 13 produtores que tem residência fixa em Mato Grosso do Sul”, criticou.
O parlamentar passou 5 dias na cadeia por força de mandado de prisão temporária.
Além de critica a ação da PF (Polícia Federal), Teixeira defende que os investigadores não tinham nada além do que foi dito na delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, sócios da J & F, grupo que administra a rede de frigoríficos JBS, em maio do ano passado.
“Não existe nada de novo. Sobre mim, em 4 anos eu vendi mais de 6 mil cabeças de gado para a JBS tudo declarado no Imposto de Renda. Tenho os atestados de vacina on-line dos bois, nota fiscal Eu recebo uma contranota da JBS de tudo que é vendido, dizendo que receberam os bois e eles me pagam. Esse dinheiro é depositado na minha conta no Bradesco e a partir dali tudo é fiscalizado pela Receita Federal”, disse o deputado.
Teixeira acrescentou que entregou documentos – notas fiscais, atestados da Vigilância Sanitária e extratos bancários – para a PF. “Eu fui preso temporariamente para dizer isso que estou dizendo a vocês”, afirmou na coletiva.
Para justificar o número de abates não corresponder com o total de bois comprados pela JBS, o produtor afirma que o processo pode ser feito em qualquer planta da empresa. “Nós levantamos na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) aqui, eles podem embarcar os bois e matar onde quiserem, dizem que matavam até em Andradina, no interior de São Paulo”.
O deputado terminou a entrevista dizendo que não terá a honra manchada. “Minha história não será apagada por um delator, que saqueou o país, usou dinheiro público para montar cartéis”.
Vostok – Policiais federais e promotores do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), foram às ruas para cumprir 41 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes de Laguna e Trairão, no Pará, além de 14 mandados de prisão temporária.
O foco da operação é um suposto esquema de propinas pela JBS em troca de incentivos fiscais do governo do Estado – quando o Executivo decide deixar de cobrar impostos para estimular que empresa se instale no Estado. Um das formas de lavar o dinheiro, segundo a investigação, era por meio das vendas dos chamados “bois de papel”, que existiam apenas em notas fiscais frias. Políticos, pecuaristas e empresas do ramo frigorífico foram alvos.
(Com informações do Campo Grande News)