No último trimeste deste ano, Mato Grosso do Sul registrou a abertura de 1.100 empresas no Estado, considerando os meses de março, abril e maio. Os dados divulgados pela Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (Jucems), confirmam a condição privilegiada do estado em relação a média do cenário nacional.
A informação regional é oposta a média nacional registrada no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última semana de junho.
Pelo segundo ano consecutivo houve diminuição na constituição de empresas o que configurou o pior resultado desde o ano de 2010. Além do recuo em 74,2 mil empresas, a população assalariada diminuiu em 3,2 milhões, informou o Instituto.
EMPRESAS X EMPREGOS
Considerando o aumento no número de empresas constituídas no Estado, o reflexo foi sentido diretamente nos postos de trabalhos. Conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no mês maio, em Mato Grosso do Sul, o setor de serviços, indústria de transformação e agropecuários tiveram melhor desempenho do período e saldo positivo entre admissões e demissões.
Segundo a analista do IBGE, Denise Guichard, houve uma redução considerável no número de empresas e postos de trabalho, e a recuperação segue lenta. " Está difícil para as empresas se estabelecerem e gerarem empregos. Por isso, tanto em número de empresas como em pessoal assalariado, estamos em um patamar do início da década passada”, observa.
CENÁRIO REGIONAL
Considerando os números do Caged, houve geração de 1.097 novas vagas com carteira assinada no Estado, representando o melhor resultado desde 2014. No acumulado do ano, foram registradas 14.659 novas vagas mantendo o destaque para o setor de serviços, que acumula no ano 9.812 vagas com carteira assinada geradas no período.
No ranking de municípios, Campo Grande liderou com 276 contratações com carteira assinada, seguida por Dourados, com 186; Três Lagoas, com 67; Corumbá (52) e Sidrolândia (44).
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, avalia o crescimento registrado em alguns segmentos.
“O setor de serviços vem se destacando, mostrando inclusive que as mudanças implantadas com a reforma trabalhista foram fundamentais para a geração de empregos, como o trabalho intermitente e a jornada reduzida, de 30 horas. O setor tem crescido muito, à base da questão da reforma trabalhista", observa.
No entendimento de Verruck, “é necessária uma efetiva recuperação na Construção Civil. O governo federal ainda não avançou nesse ponto e essa é uma medida fundamental, pois esse é o setor que poderia, mais rapidamente, dar retorno para a economia, com maior disponibilidade de crédito para a construção civil e consequente geração de emprego", argumenta.