Publicado em 14/07/2023 às 11:51,
O Sindaves (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carnes e Aves de Sidrolândia), acusou a JBS de submeter dezenas de trabalhadores a “condições degradantes”, de acordo com os termos de uma ação civil pública movida nesta semana contra o frigorífico.
O sindicato ajuizou a ação em nome de pelo menos 76 pessoas, entre elas integrantes da comunidade indígena Terena, que trabalhavam como apanhadores de frango terceirizados para a JBS em condições descritas como “análogas à escravidão”, segundo as alegações.
Na ação, o sindicato alega que os trabalhadores não tinham tempo suficiente para descanso e não foram devidamente pagos após suas demissões. Eles tampouco receberam adicional de insalubridade, o que a ação também pleiteia.
A companhia afirma manter “rígidos protocolos e controles em suas operações” para garantir que todos os seus fornecedores cumpram obrigações legais e de bem-estar dos funcionários. A JBS afirma também que são realizadas vistorias técnicas para verificar todo o processo de apanha e a regularidade das empresas prestadoras de serviços.
Sergio Bolzan, líder sindical, disse que evidências de suposta exploração surgiram em abril, quando ele fez uma visita surpresa ao local onde alguns catadores de frango estavam sendo alojados, para documentar as condições em que viviam.
O sindicato então submeteu o que considera serem provas das irregularidades a uma vara judicial em Sidrolândia, onde Bolzan disse que a JBS emprega 5.000 pessoas direta e indiretamente.
O sindicato está pedindo R$ 400 mil reais em danos morais e existenciais por trabalhador supostamente lesado, e requer ainda a participação do Ministério Público do Trabalho como “litisconsorte ativo”, mostram os documentos.
O Ministério Público do Trabalho (MPT), avisado pelo sindicato das condições de trabalho dos apanhadores de frango, está realizando investigações preliminares sobre o assunto, incluindo para determinar se eles eram empregados sem registro em carteira.