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Megatraficante de cocaína de MS e filhos são absolvidos por falta de provas

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Divulgação

O megatraficante Ivan Carlos Mendes Mesquita e os dois filhos foram absolvidos da denúncia de lavagem de dinheiro pela Justiça Federal de Mato Grosso do Sul, inclusive com parecer favorável do MPF (Ministério Público Federal), por falta de provas. Nos autos que tramitam desde 2005, ficou comprovado que o filho do traficante teria ganhado na loteria, conseguindo prover a família após a prisão do pai. A decisão foi publicada no Diário Oficial do TRF3 desta terça-feira (28).

Condenado a 114 anos de prisão, e cumprindo a pena em São Paulo após a Operação Mosaico, de 2015, Ivan é apontado como elemento de ligação do tráfico internacional de cocaína do Paraguai com as guerrilhas das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e já foi inclusive extraditado para os Estados Unidos.

Na decisão, o juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande absolve os réus por não existirem provas suficientes para a condenação. Um dos filhos teria, de fato, ganhado na loteria e sustentado a família. A irmã, que cursava Medicina na época, era sustentada pela mãe. Os bens da família, inlcuindo um veículo Golf, imóveis e fazenda no Mato Grosso, também foram desbloqueados.

Ivan foi preso novamente em 2015 após retornar da prisão nos Estados Unidos. Ele é apontado como responsável entre os anos de 2000 e 2004, pela remessa de cocaína ao Brasil, utilizando-se principalmente de um esquema envolvendo pequenas aeronaves. Ele foi condenado no Brasil a 25 anos de prisão e, após cumprimento de 1/6 da pena, progrediu para o regime semi-aberto.

Em novembro de 2004, foi preso no Paraguai e, por causa das trocas de armas de fogo por cocaína que realizava com as FARC, foi extraditado para os Estados Unidos, onde foi condenado a uma pena de 66 meses de prisão por tráfico de drogas em 2009.

Em 2010, enquanto estava na prisão nos Estados Unidos, sua pena foi reduzida, após acordo com as Autoridades Judiciárias norte-americanas, quando assumiu o compromisso de retornar ao Brasil e contribuir com a Polícia no combate ao tráfico de drogas, devido ao conhecimento que detinha sobre rotas, quadrilhas e atuação de outras organizações criminosas.

Porém, inquérito policial de 2015 aponta que, sem se apresentar a nenhuma autoridade brasileira, Ivan retomou sua vida criminosa, estabelecendo novas conexões e rotas do tráfico de drogas, agora com cidadãos nigerianos radicados em São Paulo (SP), que se responsabilizariam pelo recebimento da droga nesta capital e por sua consequente remessa para a Europa e África.