A prefeitura de Maracaju deve iniciar o processo para tentar recuperar o terreno doado a BBCA Group, grupo de investidores chineses que em 2015 recebeu doação 102 hectares, atualmente a área é avaliada em mais de R$ 4 milhões de reais. Dinheiro público calçado num sonho com a promessa de investimentos da ordem de US$ 1,21 bilhão de dólares e geração de mil empregos diretos e indiretos, o que de fato não aconteceu.
O município de Maracaju fará uma inspeção que pode culminar no pedido de devolução do terreno doado aos chineses. De acordo com o secretário de Governo da Prefeitura de Maracaju, Frederico Fellini, a empresa alega que o impedimento de trânsito entre os países em decorrência de restrições como quarentena, vacinação e falta de autorização de voos impediu a retomada do projeto que de fato se arrasta bem antes da pandemia do Covid-19.
As tratativas do grupo chinês com as gestões estadual e municipal começaram em 2013, dois anos depois as obras começaram, depois disso, muita lentidão e promessas não cumpridas por parte dos chineses.
Além dos 102 hectares cedidos pela prefeitura, o grupo comprou outros 170 hectares na época das negociações. O BBCA Group chegou a construir dentro dos 170 hectares comprados dois armazéns graneleiros e um secador, que é utilizado na secagem de grãos como soja e milho após a colheita.
Nos últimos anos, os empresários chineses teriam se desfeito de parte do terreno que adquiriram com recursos próprios. Dos 170 hectares, 50 hectares teriam sido vendidos a moradores de Maracaju.
Já a estrutura que deveria abrigar a megaindústria de processamento de milho está alugada desde o ano passado. Trabalhadores do município confirmam que desde 2020 os armazéns e o barracão da bilionária chinesa foram locados pela Lar Cooperativa Agroindustrial.