Buscar

Empregada doméstica vai a Depol e denuncia patrão por injúria racial em Maracaju

Cb image default
Vítima esteve na Delegacia de Polícia. (Foto: Noticidade)

Um caso registrado em Maracaju está repercutindo na Imprensa estadual nesta sexta-feira (29). De acordo com o registro policial, uma empregada doméstica, de 42 anos de idade, procurou a delegacia de Polícia Civil para denunciar o patrão por injúria racial.

A mulher relatou que trabalha na casa do suspeito há aproximadamente três anos. Na manhã de ontem, estava a caminho do serviço quando viu o patrão em um bar. A empregada disse que acenou com a mão e pediu para o idoso ir até a casa buscar um dinheiro, para ir ao supermercado.

Em seguida, a mulher foi para a casa do patrão fazer o serviço, como de costume. Após algumas horas, o homem chegou e disse a ela que não gostou de a funcionária falar alto com ele na frente de pessoas estranhas. A empregada ainda argumentou que se falasse baixo, o idoso não escutaria, porque tem problema de audição. Como resposta, o patrão teria dito: "é por isso que eu não gosto de preto".

Ainda segundo a vítima, não foi a primeira ofensa, mas por se tratar de um idoso, a funcionária não teve coragem de relatar a polícia anteriormente, pois precisa do trabalho, contudo não aguenta mais ser tratada dessa forma.

Ontem o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o crime de injúria racial pode ser equiparado ao de racismo e, por isso, ser considerado imprescritível. Por 8 votos a 1, a decisão da Corte tornou o crime passível de punição a qualquer tempo.

Juridicamente, os crimes de injúria racial e de racismo são diferentes. De acordo com o Código Penal, injúria racial é a ofensa à dignidade ou ao decoro em que se utiliza palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima. Enquanto o racismo atinge um grupo de indivíduos, discriminando toda uma raça.