A operação “Dark Money” que combate um esquema de corrupção na gestão do ex-prefeito Maurílio Azambuja (MDB) entrou na segunda fase e prendeu ontem (26) Edmilson Alves Fernandes, servidor público apontado como peça-chave no esquema.
Ele é técnico em edificações e integrava a Comissão Permanente de Licitações do município desde 2017, de acordo com a polícia, ele teria ajudado a desviar mais de R$ 23 milhões dos sofres públicos.
A prisão foi realizada em ação conjunta entre o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) e a Delegacia de Polícia Civil de Maracaju. Edmilson foi encontrado em uma propriedade rural no município. No local, as equipes apreenderam ainda dois veículos que estavam no local. Ele teria ainda propriedades e veículos agrícolas em seu nome, bens incompatíveis com sua renda.
A prisão do servidor foi decretada após o depoimento de Iasmin Cristaldo Cardoso, presa quarta-feira (22), durante a primeira fase da operação. Segundo a polícia, foi constatado que o servidor tinha papel fundamental no esquema de corrupção, que ocorreu entre novembro de 2019 e 2020.
Ainda de acordo com a polícia, Edmilson era servidor comissionado e em 2017, foi nomeado para integrar a Comissão Permanente de Licitações pelo ex-prefeito Maurílio Azambuja (MDB), também preso na operação. Juntos, tiravam valores da conta oficial da prefeitura, alegando que era para a folha de pagamento e enviavam à conta paralela aberta por eles.
Segundo as investigações, foram mais de R$ 23 milhões desviados. Esse valor era retirado dos cofres públicos “aos poucos”. Pelo menos 600 cheques com valor médio de R$ 38 mil foram transferidos pelos envolvidos no esquema, o que para a polícia era uma tentativa de fugir nas notificações oficiais do Banco Central.
De acordo com a Delegada responsável pelo caso, mais de 26 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela polícia e resultaram na apreensão de smartphones, computadores, documentos, doze veículos, um barco com carretinha, joias, discos rígidos e várias cédulas de cheque, que somaram R$ 109 mil. Também foram recolhidos R$ 143 mil em espécie, uma arma de fogo e munições de vários calibres. Diversas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas também foram bloqueadas.
Edmilson está preso preventivamente e permanece na carceragem da Derf (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furto e Roubo). Outros três investigados tiveram a prisão temporária convertida em preventiva, que não tem prazo para terminar, e outras três foram transformadas em medidas cautelares, no caso, monitoramento por tornozeleira eletrônica. A sétima prisão segue temporária e termina na terça-feira (28).
O ex-prefeito Maurílio Azambuja segue preso e presta depoimento hoje.