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Protesto de índios contra decisão do STJ relembra clima de tensão na Buriti

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Mais de 500 índios e dezenas de lideranças da etnia terena de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti fizeram um protesto, na manhã desta segunda-feira (5), contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a decisão de apontar como não sendo terra indígena a região do Buriti.

O protesto em tom de revolta e apelo durou cerca de 2 horas. |Com esta decisão, a aldeia não pode ser ampliada. Nós somos contra e por isso fazemos este ato de repúdio a esta decisão do judiciário|, afirmou o chefe da Coordenação Técnica Local (CTL) de Sidrolândia/Buriti, Gerson Pinto Alves.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o governo federal entraram com pedido para ampliar a Terra Indígena Buriti de dois mil para 17 mil hectares. A área está localizada entre os municípios de Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia.

Na decisão, os ministros do STJ afirmam que |não há comprovação de que a área pretendida era terra de ocupação tradicional indígena|.

Lideranças indígenas afirmam que irão avançar com os protestos e prometem a qualquer momento retomar as cinco propriedades que estão na área. O líder Otoniel Terena (irmão do indígena morto em 2013) revela que os índios estão mobilizados próximos as propriedades e o protesto desta segunda-feira foi apenas um “aviso”.

“Mostramos que estamos vivos e não vamos desistir do que é nosso. Isso foi apontado em três estudos reconhecidos. O judiciário ignorou isso e quebrou um acordo de que nenhuma decisão seria tomada. Então nós também poderemos quebrar o acordo de que não avançaríamos”, disse o líder.