A cadeia produtiva de leite passa por dificuldades. Excesso de produção, alta carga tributária e fechamento de laticínios são alguns dos desafios que os produtores enfrentam. Mesmo na estiagem, há produtores vencendo este gargalo e ampliando produção. Este cenário levanta uma questão: qual o destino para o contingente?
Mato Grosso do Sul tem um excedente de produção de 78 milhões de litros ao ano. Segundo informações do Conseleite/MS (Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite em Mato Grosso do Sul) publicadas pelo SRCG (Sindicato Rural de Campo Grande), a produção total e de 528,7 milhões.
Em maio a Lactalis do Brasil encerrou atividades da sua unidade em Terenos, município 32 quilômetros distante de Campo Grande. O fechamento do laticínio pode aumentar o excedente, além de deixar muitos integrantes da agricultura familiar sem fonte de sustento.
A médica veterinária e integrante da diretoria da Associação Brasileira de Girolando, Aurora Real desenha também outro panorama. “O setor está passando por um momento difícil, talvez o mais difícil de todos os tempos. Além da dificuldade política, a seca, a importação do leite do Uruguai acaba deixando o preço mais barato do que a gente consegue produzir”, analisa. “Com o fechamento da Lactalis, vai ter mais produtores a disposição do mercado, consequentemente diminuindo ainda mais o valor do leite”, acrescenta.Aliado a isso, o alto ICMS (Imposto sobre a Comercialização de Mercadorias e Serviços) do leite em Mato Grosso do Sul - 10,2% - cria obstáculos para que o produto seja comercializado em outros estados, visto que ainda há o frete para compor o preço final.Vencendo a barreira da estiagemMesmo com esta situação, há produtores que investem no aumento da produção. É o caso do produtor João Torres Silva, proprietário do Sítio Santa Terezinha das Rosas, em Sidrolândia, 71 quilômetros distante da Capital. Com uma técnica de melhoramento de qualidade nutricional, a produção na época de estiagem deste ano triplicou em relação, ao mesmo período do ano passado.
A médica veterinária e integrante da diretoria da Associação Brasileira de Girolando, Aurora Real desenha também outro panorama. “O setor está passando por um momento difícil, talvez o mais difícil de todos os tempos. Além da dificuldade política, a seca, a importação do leite do Uruguai acaba deixando o preço mais barato do que a gente consegue produzir”, analisa. “Com o fechamento da Lactalis, vai ter mais produtores a disposição do mercado, consequentemente diminuindo ainda mais o valor do leite”, acrescenta.
Aliado a isso, o alto ICMS (Imposto sobre a Comercialização de Mercadorias e Serviços) do leite em Mato Grosso do Sul - 10,2% - cria obstáculos para que o produto seja comercializado em outros estados, visto que ainda há o frete para compor o preço final.
Vencendo a barreira da estiagem
Mesmo com esta situação, há produtores que investem no aumento da produção. É o caso do produtor João Torres Silva, proprietário do Sítio Santa Terezinha das Rosas, em Sidrolândia, 71 quilômetros distante da Capital. Com uma técnica de melhoramento de qualidade nutricional, a produção na época de estiagem deste ano triplicou em relação, ao mesmo período do ano passado.
A assistência é oferecida pelo Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) por meio do AteG (Programa de Assistência Técnica e Gerencial) Mais Leite, no qual é realizado um planejamento nutricional para solucionar os problemas nutricionais enfrentados na seca.A assistência é prestada ao produtor desde maio de 2016. Na época a produção diária era de 30 litros. Hoje com a silagem, as dez vacas em lactação chegam a produzir 90 litros de leite por dia. A meta do produtor é aumentar para 200 litros diariamente em até três anos.“É preciso um planejamento nutricional para superar a falta de pastagem na entressafra”, afirma o técnico de campo, Francisco Borges, do ATeG Mais Leite. Ele explica que diariamente são utilizados de 25 a 30 quilos de volumosos gramíneos misturados com dois quilos de ração. Pela manhã, após a ordenha, o produtor oferece a silagem de milho. No segundo manejo, no período vespertino, é a forragem de cana-de-açúcar com capim-napier que alimenta os animais.Além disso, João pretende diversificar o investimento com objetivo de aumentar a produção. “Meu objetivo é melhorar a genética do gado. Concluí o curso em Inseminação Artificial e vou investir nisso para aumentar a produtividade”, afirma o produtor.De acordo com o secretário da Câmara Setorial do Leite,Orlando Serrou Camy Filho a previsão de consumo para suplementar a nutrição é uma técnica que consegue manter a produção, já que, tanto a quantidade e a qualidade da pastagem cai na época de estiagem.“A parte da alimentação é uma das primeiras etapas para manter a produção no período de seca. É uma técnica simples, onde o produtor aprende a usar melhor o que ele já tem e parte para investimento com uma silagem que tem valor nutricional melhor”, explica Orlando. Segundo ele, pode haver quebra de 30 a 50% na produção de leite sem a devida previsão alimentar para os bovinos. “Para os produtores que já estão oferecendo uma nutrição boa, a produção chega a aumentar”, ressalta.Destinação do excesso de produção
A assistência é oferecida pelo Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) por meio do AteG (Programa de Assistência Técnica e Gerencial) Mais Leite, no qual é realizado um planejamento nutricional para solucionar os problemas nutricionais enfrentados na seca.
A assistência é prestada ao produtor desde maio de 2016. Na época a produção diária era de 30 litros. Hoje com a silagem, as dez vacas em lactação chegam a produzir 90 litros de leite por dia. A meta do produtor é aumentar para 200 litros diariamente em até três anos.
“É preciso um planejamento nutricional para superar a falta de pastagem na entressafra”, afirma o técnico de campo, Francisco Borges, do ATeG Mais Leite. Ele explica que diariamente são utilizados de 25 a 30 quilos de volumosos gramíneos misturados com dois quilos de ração. Pela manhã, após a ordenha, o produtor oferece a silagem de milho. No segundo manejo, no período vespertino, é a forragem de cana-de-açúcar com capim-napier que alimenta os animais.
Além disso, João pretende diversificar o investimento com objetivo de aumentar a produção. “Meu objetivo é melhorar a genética do gado. Concluí o curso em Inseminação Artificial e vou investir nisso para aumentar a produtividade”, afirma o produtor.
De acordo com o secretário da Câmara Setorial do Leite,Orlando Serrou Camy Filho a previsão de consumo para suplementar a nutrição é uma técnica que consegue manter a produção, já que, tanto a quantidade e a qualidade da pastagem cai na época de estiagem.
“A parte da alimentação é uma das primeiras etapas para manter a produção no período de seca. É uma técnica simples, onde o produtor aprende a usar melhor o que ele já tem e parte para investimento com uma silagem que tem valor nutricional melhor”, explica Orlando. Segundo ele, pode haver quebra de 30 a 50% na produção de leite sem a devida previsão alimentar para os bovinos. “Para os produtores que já estão oferecendo uma nutrição boa, a produção chega a aumentar”, ressalta.
Destinação do excesso de produção
Quanto ao possível excesso, Aurora acredita que a produção será absorvida. “Os laticínios locais podem crescer, laticínios de fora podem procurar nosso leite. Mas precisamos de uma visão política para o problema do leite. Precisamos chamar atenção para este setor, num país onde há fome, num estado ontem tem solo. As melhorias são sempre bem vindas. Vejo isso como oportunidade”, comemora.Foi dado um ponta-pé inicial para uma política neste sentido nesta sexta-feira (15) pela deputada federal Tereza Cristina e o titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, juntamente com a equipe técnica da secretaria.A redução do ICMS do leite por um período foi a pauta da reunião, o que tornaria o produto mais competitivo frente a estados vizinhos como Paraná, São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Como resultado, o secretário Jaime Verruck se comprometeu em analisar e levar a proposta ao governador e à Sefaz (Secretaria de Fazenda). A proposta é voltada para indústrias leiteiras venderem o produto excedente, em um modelo similar ao que atendeu a uma necessidade pontual da pecuária.Serviço – Os produtores que têm interesse em receber a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar/MS, devem entrar em contato com o Sindicato Rural do seu município. Vale lembrar que tanto as capacitações quanto a assistência técnica são totalmente gratuitas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (67) 3320-6942.
Quanto ao possível excesso, Aurora acredita que a produção será absorvida. “Os laticínios locais podem crescer, laticínios de fora podem procurar nosso leite. Mas precisamos de uma visão política para o problema do leite. Precisamos chamar atenção para este setor, num país onde há fome, num estado ontem tem solo. As melhorias são sempre bem vindas. Vejo isso como oportunidade”, comemora.
Foi dado um ponta-pé inicial para uma política neste sentido nesta sexta-feira (15) pela deputada federal Tereza Cristina e o titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, juntamente com a equipe técnica da secretaria.
A redução do ICMS do leite por um período foi a pauta da reunião, o que tornaria o produto mais competitivo frente a estados vizinhos como Paraná, São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Como resultado, o secretário Jaime Verruck se comprometeu em analisar e levar a proposta ao governador e à Sefaz (Secretaria de Fazenda). A proposta é voltada para indústrias leiteiras venderem o produto excedente, em um modelo similar ao que atendeu a uma necessidade pontual da pecuária.
Serviço – Os produtores que têm interesse em receber a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar/MS, devem entrar em contato com o Sindicato Rural do seu município. Vale lembrar que tanto as capacitações quanto a assistência técnica são totalmente gratuitas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (67) 3320-6942.
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