Mato Grosso do Sul encerrou novembro, primeiro mês da reforma trabalhista, com fechamento de 2.444 vagas no mercado de trabalho formal, o quinto saldo negativo do ano. Com isso, a criação de empregos despencou 77,5% na comparação entre os acumulados de janeiro a novembro de 2017 e igual intervalo de 2016. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta quarta-feira (27) pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
No mês passado, as empresas sul-mato-grossenses admitiram 16.193 e desligaram 18.637 trabalhadores. Sazonalmente, novembro contabiliza mais demissões que contratações, como mostra o histórico do Caged. Mesmo com essa característica, o saldo de novembro deste ano está entre os menores para o período desde o início da pesquisa, em 1992. Apenas novembro de 1995 (-2.649), de 1998 (-2.677) e de 2005 (-2.931) tiveram resultados piores.
Das oito atividades consideradas no Caged, apenas uma – comércio (307 vagas) – contratou mais que demitiu. Na administração pública, o resultado foi zero e nas demais, negativos. Os saldos foram os seguintes: indústria da transformação (-896), serviços (-747), construção civil (-361), serviços industriais de utilidade pública (-28) e extrativismo mineral (-2).
Com novembro, são cinco meses de saldos negativos na criação de empregos em Mato Grosso do Sul. Também apresentaram número de demissões acima ao das contratações os meses de maio (-1.336), julho (-1.827), agosto (-2.815) e setembro (-2.815).
O baixo desempenho do mercado de trabalho puxou para baixo a criação de novas vagas neste ano. De janeiro a novembro, as empresas do Estado geraram 1.512 empregos. Esse número é 77,5% menor que os 6.726 postos de trabalho, que foram criados no mesmo período do ano passado.
Rendimento – Com contratações em níveis baixos, a renda dos trabalhadores avança pouco. Conforme o Caged, o salário médio de admissão, em novembro deste ano, foi de R$ 1.324,57. O valor é 1,32% superior ao de novembro de 2016 (R$ 1.342,11).
Essa variação é menor que o aumento do custo de vida. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do País, acumulou alta de 2,5% em 12 meses, fechados em novembro. Isso significa que o trabalhador de Mato Grosso do Sul teve perda real (descontando a inflação) de salário neste ano.
Reforma – O principal argumento usado pelo governo federal para conseguir a aprovação das mudanças na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi o aquecimento do mercado de trabalho. De acordo com o governo, a reforma, que entrou em vigor no dia 11 do mês passado, impulsionaria os empregos e diminuiria a informalidade.
Os primeiros reflexos da reforma trabalhista, no entanto, são contrários à expectativa do governo. Quanto às novas regras, em Mato Grosso do Sul, 13 trabalhadores deixaram o emprego no mês passado depois de acordo com as empresas. Em todo o País, foram 805 desligamentos ocorridos da mesma forma.
Campo Grande News