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Crise no atendimento a pacientes com câncer só deve acabar em 90 dias

A crise no atendimento a pessoas com câncer em Dourados, a 233 km de Campo Grande, iniciada há pelo menos dois anos, só deve acabar em 90 dias, quando os dois prestadores de serviço contratados neste ano por licitação começam a receber pacientes.

O prazo foi anunciado na Comissão de Assistência Social da Assembleia Legislativa, com a presença de representantes da saúde pública da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul e do Ministério Público. A reunião ocorreu na segunda-feira (25), mas só foi divulgada hoje (27) pela assessoria do MP.

De acordo com o médico Davi Rodrigues Infante Vieira, representante do CTCD (Centro de Tratamento de Câncer de Dourados) e do Hospital da Cassems – vencedores da licitação – as unidades estarão aptas, em três meses, para receber a demanda oncológica. Até lá, o serviço ambulatorial e de intercorrência continuará sendo prestado pelo Hospital da Vida. Segundo ele, no hospital não há fila de espera, tampouco negativa de atendimento.

Durante a reunião, o promotor de Justiça Eteocles Brito Mendonça Dias Junior esclareceu aos representantes políticos da cidade que existem dois inquéritos civis que estão em andamento na 10ª Promotoria de Justiça. O primeiro investiga supostas negativas ou dificuldades de transferência de pacientes de Dourados para a unidade hospitalar de assistência de alta complexidade em oncologia, em Campo Grande.

Já o segundo o inquérito apura regularidade técnica e jurídica na política de transição da prestação de serviços médicos de alta complexidade em oncologia na cidade de Dourados.

Também presente, o promotor Ricardo Rotunno criticou a politização da situação da oncologia na cidade e disse que o MP atua para garantir os anseios dos pacientes. Segundo o deputado estadual João Grandão (PT), que pediu a reunião, a Comissão de Saúde da Assembleia é o fórum para a solução dos problemas da oncologia em Dourados, com a participação do MP.

O secretário Municipal de Saúde de Dourados, Renato Vidigal, presente na reunião, disse que a prefeitura cumpre a ordem judicial que mandou fazer uma nova licitação do atendimento e garantiu que não haverá “em hipótese alguma” interrupção no tratamento dos pacientes.

Pacientes convidados para a reunião apontaram as dificuldades encontradas para entrar em contato com a Secretaria de Saúde de Dourados e demora no agendamento para atendimento oncohemacológico em Campo Grande.

Para discutir o problema, mais duas reuniões foram agendadas, uma no dia 2 de outubro, com o secretário Renato Vidigal com os pacientes, e outra no dia 6 de outubro, entre representantes da Secretaria Estadual de Saúde e do MP com as comissões de defesa da Saúde da Assembleia, da Câmara de Vereadores e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Campo Grande News