A aprovação de matérias fundamentais para Mato Grosso do Sul e de cunho estratégico para o Governo é, aritmeticamente, um produto de esforço coletivo canalizado em via única, por unanimidade ou pela maioria dos 24 deputados estaduais. No entanto, para chegar a esta solução, é necessária a abertura de caminhos nem sempre favoráveis a diálogos e convencimentos.
Por esta razão são imprescindíveis a palavra e a liderança natural de políticos vocacionados para dialogar, pacientes para ouvir e serenos para argumentar, respeitando o contraditório. Afinal, o Parlamento abriga mais de uma tendência ideológica e os conflitos se aguçam, sobretudo entre os que dão sustentação ao governo e os que a ele se opõem.
Este panorama de complexos e corriqueiros focos de tensão é o que faz de Gerson Claro (PP) um dos qualificados gestores escolhidos para a tarefa de manter pavimentadas e abertas as portas do entendimento entre o Legislativo e o Executivo, sem prejuízo da autonomia de cada poder. Um aplicado operador do Direito e ativista do municipalismo, homem simples como a família e as origens, fez da coragem e da capacidade de crescer o grande alicerce de sua trajetória.
Depois de sair do interior, morava num assentamento em Itaporã, para escalar os degraus da sobrevivência, trabalhou e estudou até chegar ao primeiro diploma, de professor, para dar aula em escola pública em Sidrolândia. Depois, em passos ascendentes, formou-se em Direito e passou a atuar profissionalmente em áreas de grande visibilidade, como a Associação dos Municípios (Assomasul).
Com o tempo, tornou-se na entidade um dos pontos de referência para prefeitos que queriam discutir questões gerais sobre legislação e desafios do municipalismo. O poder público logo o convocou. Foi dirigir o Detran, mas já tinha propostas para se candidatar ao cargo eletivo. Em 2016 chegou a sua vez e conquistou, pelos próprios méritos, seu primeiro mandato de deputado estadual. Em 2022 foi eleito presidente da Alems com 23 votos, o único a não votar nele foi o deputado que lançou a própria candidatura e só teve o próprio voto.
Em uma de suas entrevistas, Gerson ressaltou o peso positivo das experiências de vida. "Vim do interior. Minha família desde cedo me ensinou valores do trabalho, da fraternidade. E também da grande importância de amar o próximo e lutar contra as injustiças. Cresci com essas lições", afirmou. "Trabalhava com meu pai numa olaria para ajudar nas despesas de casa. Depois, continuei trabalhando e estudava muito em busca dos meus sonhos, que eram lecionar e me formar em Direito. Consegui torná-los realidade e nesse processo eu senti que, assim como eu, as dificuldades sociais e econômicas impedem a maioria das pessoas de realizar seus sonhos. Isso me motivou ainda mais a lutar pelos direitos e oportunidades para as pessoas", completou.
Na presidência da Alems, Gerson Claro aplica sem espetáculos as lições que aprendeu, focalizando sempre seus princípios na direção do entendimento, da serenidade, da convivência democrática e do empenho no combate às desigualdades. É ele quem assume incumbências desafiadoras, especialmente quando os confrontos entre situação e oposição ficam mais nervosos. Neste exercício, tem conseguido serenar e equilibrar tensões e, o mais importante, assegurar a maioria nas dezenas de projetos confiados pelo governo.
A Assembleia Legislativa votou e aprovou importantes medidas que tiraram Mato Grosso do Sul de conjunturas recessivas e blindaram o Estado contra impactos mais danosos da Covid-19, capacitaram o governo a fazer a recuperação financeira, executar e concluir obras, lançar e custear as ações de cunho municipalista, além de atrair investimentos e socorrer com auxílios emergenciais às famílias mais vulneráveis. Nestes méritos — apesar de não se dar bem com tais exaltações — Gerson Claro tem protagonismo diferenciado e reconhecido até por adversários.