A epidemia de dengue em Mato Grosso do Sul já causa 18 mortes e atinge 70 cidades, sendo que outras nove estão em alerta com média incidência da doença. De acordo com o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde, são mais de 33.7 mil notificações esse ano, contra 2.685 no mesmo período do ano passado; um aumento de mais de 1.200%. Do total de mortes registradas no Estado esse ano, quatro ocorreram em Dourados, 3 na cidade de Três Lagoas, 7 em Campo Grande, duas em Ponta Porã, uma em Maracajú e outra em Corumbá.
Das 33,7 mil notificações, um total de 14.526 casos foram confirmados, sendo que 8.150 são da cidade de Campo Grande. Outros 2.335 são da cidade de Três Lagoas e 948 são da cidade de Dourados. O restante está distribuído nos demais municípios do Estado.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, as 10 cidades com maior incidência: Figueirão com 3.937,3 casos por 100 mil habitantes, Três Lagoas (3.857,4), São Gabriel do Oeste (3.582,3), Bandeirantes ( 3.423,7), Vicentina (3.309,5), Dois Irmãos do Buriti (3.261,4), Costa Rica (2.681,2), Mundo Novo (2.639,0) e Água Clara (2.597,2). Mato Grosso do Sul aparece com a incidência alta de 1.304,5 casos a cada 100 mil habitantes.
A cidade de Dourados aparece na 36º posição com alta incidência. São 1.162,4 casos para cada 100 mil habitantes. A alta incidência é a partir de 300 casos a cada 100 mil habitantes. Os números muito superiores ao do ano passado colocam o município em estado de epidemia. São 2.412 notificações e 948 confirmados. Nos primeiros cinco meses do ano passado a cidade registrou pouco mais de 71.
De acordo com o gerente de Vigilância Epidemiológica de Dourados, Devanildo de Souza, o motivo para o aumento está relacionado a volta da circulação do vírus tipo II. Ele explica que visitantes de outras regiões podem ter trazido o vírus.
Em Dourados os bairros com maior registro da doença são: Água Boa, Jardim dos Estados, Parque das Nações II e 4º Plano. Nesses locais a atenção foi redobrada, segundo a coordenadora do Centro do Controle de Zoonozes de Dourados (CCZ) Rosana Alexandre da Silva. Conforme ela, após bloqueios químicos, aplicação de multas e ações de limpeza, o número de casos estabilizou nessas regiões de surto. Ela também atribui o auxílio da população nesse combate, já que tem denunciado situações de imóveis fechados, terrenos baldios, entre outros.
Durante todo o ano passado o Estado de MS registrou 10.730 casos. A Secretaria de Saúde do Estado alerta que os sintomas da dengue tipo 1, 2, 3 e 4 são sempre os mesmos, mas sempre que a pessoa adquire dengue mais de 1 vez os sintomas se tornam mais intensos porque existe o risco de dengue hemorrágica. Nas ações desenvolvidas pelo Estado, estão liberação de insumos (medicamentos, soro fisiológico e sais de reidratação oral), UBV pesado (fumacê), inseticida, capacitações, uniformes para os agentes, materiais de divulgação para população, divulgação de boletins, apoio logístico aos municípios, ativação dos comitês.